Inaugurar um novo período na UEB

Nos dias 1, 2 e 3 de julho, aconteceu na UESC, em Ilhéus, o 4º Congresso estadual de estudantes, que teve como objetivo ampliar os debates do movimento estudantil (ME), envolvendo universitários de várias partes do estado, de instituições públicas e pagas; além de eleger o programa político e a diretoria da União dos Estudantes da Bahia (UEB), para os próximos 2 anos.

O histórico de luta dos movimentos sociais da Bahia é grande e traz como experiência a Revolta dos Malês, o 2 de Julho (bastante lembrado no Congresso) e o Maio Baiano que envolveu milhares de jovens em 2001. Desde sua refundação em 2005, a UEB ainda não apresentou um projeto consistente de organização política de estudantes ou de intervenção na política de educação do Estado. Isso tem colocado a UEB na contramão do histórico da luta social na Bahia e a distanciado da resistência cotidiana de vários\as estudantes e de sua luta nas instituições de ensino superior (IES) da Bahia.

Levantar esta questão é importante, afinal, é um ponto de partida necessário para uma verdadeira autocrítica que deve ser feita pelo conjunto do movimento estudantil da Bahia. Como – diante da realidade de opressão e exclusão vivida pela maioria da população baiana e das dificuldade de muitos\as permanecerem estudando – temos uma entidade tão distante de suas bases? Em um estado onde as universidades poderiam cumprir o papel de promotoras de diversas políticas públicas é vergonhoso ter uma UEB que não constrói trabalho de base, e a consequência disso é um ME com pouca capacidade de intervir na Educação.

Esta, infelizmente, não foi uma reflexão recorrente no 4º CONUEB, onde uma parte grande da programação funcionou, porém apenas aquelas mesmas mesas, com um grande número de palestrantes, a maioria com a mesma opinião política; espaços que pouco indicaram caminhos para a reorganização do movimento estudantil universitário da Bahia.

Para romper com a forma despolitizada de organização do ME por parte das forças majoritárias (UJS, PV) – que tem como principal objetivo formar quadros para suas organizações e se beneficiar da máquina política e financeira que é a UEB – marcamos a história da entidade, neste congresso. Pela primeira vez desde a reconstrução, a eleição da diretoria da UEB aconteceu por meio de bate-chapa, que com protagonismo do Coletivo Quilombo, articulou vários setores de oposição que construiram um programa político avançado, com uma crítica ao modelo da Copa do Mundo, propondo a luta contra o decreto do Governo do Estado, priorizando as políticas de permanência, entre outras pautas.

A chapa Rompendo Amarras, apresentou para o conjunto de estudantes naquele congresso, a real perspectiva de construção de um movimento estudantil mais articulado e participativo, que defenda nas ruas as nossas pautas e de fato transforme a educação no Estado. Além disso, a articulação do conjunto da oposição permite agora de fato, um horizonte de construção da entidade pela base, levando uma UEB de luta para cada uma das instituições de ensino superior da Bahia. Agregue-se a essa luta! Junte-se a nós na construção da União dos Estudantes da Bahia pela base!

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